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sábado, 18 de julho de 2020

Práticas ou Manejo Cat Friendly

   Como sabemos o crescimento da população felina como animais de companhia, frente a população canina, tem sido evidente nos últimos anos. Dessa forma, existe uma crescente preocupação não somente dos tutores, como também dos médicos veterinários, em melhor atender esses pacientes, e estar sempre fornecendo o ambiente mais confortável e menos traumático possível para esses felinos, principalmente durante as visitas as clínicas. Visto a necessidade de se tratar o gato como uma espécie de fato completamente diferente do cão, surgiram as famosas práticas ou manejo "cat friendly" (amigas do gato), pois muitos veterinários ainda cometiam e ainda cometem o erro de tratar o felino como um cão pequeno. Esse tipo de comportamento do profissional pode causar danos irreversíveis não somente a saúde física do mesmo, como principalmente a saúde psicológica, dependendo da forma que o atendimento clínico é feito.


   Essas práticas são uma série de recomendações, instituídas pela American Association of Feline Practitioners, para tornar o tempo no veterinário menos traumático para os gatos e seus tutores, ao mesmo tempo que garantem um atendimento de qualidade e específico para felinos. Hoje já existem muitas clínicas especializadas somente em felinos, mas mesmo as clínicas mistas, podem e devem adotar essas práticas como forma de melhorar seu atendimento e gerar uma experiência positiva para tutores e pacientes.

   Em primeiro lugar o clínico deve lembrar-se sempre que existem 3 tipos de pacientes

1) Os mansos demais, que não importa a manipulação, vão estar sempre tranquilos;
2) Os bravos demais, que mesmo com todos os cuidados e respeitando o passo a passo do manejo, ainda assim pode responder de forma nada amigável, sendo nesses casos, necessário pensar em contenção química, para evitar maiores acidentes com o paciente e toda equipe;
3) Os assustados com a situação, que podem reagir de 2 formas, congelando ou atacando.

   O manejo começa no TRANSPORTE, que é uma das etapas mais estressantes para o gato, pois ocorre um excesso de estímulos visuais, olfatórios e auditivos ameaçadores, e principalmente por ele estar saindo do seu ambiente de segurança. Sendo assim, algumas dicas para amenizar esse estresse são:

1) Não tornar a caixa sinônimo de ameaça, fazer uma familiaridade entre o gato e a mesma;
2) Uso do Feliway (feromônio artificial), que pode ser colocado na caixa pelo menos 20 minutos antes de ser utilizada pelo gato;
3) Diminuir estímulos visuais e auditivos, utilizando toalha para tampar a caixa e mantendo o carro com as janelas fechadas;

   Em seguida, vamos para a SALA DE ESPERA, que de preferência deve ser totalmente separada por espécie, pois isso diminui o sentimento de ameaça, diminui estímulos olfativos, visuais e auditivos, diminuindo assim o estresse e a agressividade. Claro que nas clínicas especializadas para felinos, esse passo não será um problema, já nas clínicas mistas, deve-se fazer o possível para realizar essa separação da melhor forma.

   A próxima etapa é o ATENDIMENTO CLÍNICO em si, onde também é importante respeitar um passo a passo que minimize o estresse:

1) Dar tempo para o gato. Abra a caixa e o deixe sair no seu tempo, faça a anamnese enquanto ele se adapta ao consultório, deixe que ele tenha contato visual com o tutor;
2) Durante a avaliação física, evite contato visual direto com o paciente, pois predadores olham a presa no olho antes de atacar e isso pode deixá-los intimidados;
3) Não sorria para o paciente e nem faça sons como "psi", pois predadores mostram os dentes para a presa, e o som pode lembrá-lo de outro gato "riscando fósforo" (como muitos dizem) para ele, o que é uma ameaça;
4) NÃO faça contenção pela pele do pescoço!! Use toalha em caso de contenções, o paciente se sente mais seguro, além de fornecer mais segurança também a sua equipe (como por exemplo, durante a coleta de sangue);
5) Faça sempre a consulta onde for mais confortável para o paciente;
6) Utilize também o feliway nesses casos, seja nas tomadas (aspersores) ou no jaleco (spray);



   E por fim, essa práticas também devem ser utilizadas na INTERNAÇÃO, que depois do transporte, seria a etapa mais desconfortável para muitos pacientes, por terem que ficar uns dias longe de casa:

1) Deve-se diminuir as sensações ameaçadoras assim como nos outros ambientes, de preferência a internação deve ser exclusiva para gatos;
2) As mesmas práticas do atendimento podem ser utilizadas, assim como o uso dos feromônios, o uso de objetos com o cheiro dos mesmos (como mantas) também ajudam muito;
3) O ambiente deve ser climatizado e de preferência manter-se as luzes baixas;
4) Sempre colocar caixas sanitárias nos gatis;
5) Lavar as mãos e trocar o jaleco entre a manipulação do cão e do gato (nas clínicas mistas);
6) SEMPRE respeite a situação individual de cada paciente!!!

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