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terça-feira, 18 de julho de 2017

Raças de gatos: Abissínio

Abissínio lebre
Outro nome: Gato-coelho, por sua semelhança com a lebre.
Caráter: É ágil e curioso, muito apegado a seu dono e distante em relação a estranhos.
Sinais particulares: Os machos, maiores do que as fêmeas, são menos ativos.
Cruzamentos autorizados: Com abissínio e o somali.

O abissínio lembra muito as famosas representações do gato egípcio, por meio das quais era venerada a deusa Bastet, filha do deus Rá e protetora da família. Após mais de 120 anos de seleção, a raça está estabelecida. O conjunto da silhueta invoca dois qualificativos: sobriedade e harmonia. Assim, o corpo é perfeitamente proporcional, a meio caminho das raças orientais e europeias. A musculatura é bem desenvolvida, mais elegante. As patas são proporcionais ao corpo: bastante altas, finais e musculosas, com os pés ovais e compactos. A cauda é longa e afina-se na extremidade.
A face tende a forma triangular, mas sem exagero. O perfil mostra focinho, mandíbula e stop (ponto que marca a separação entre o crânio e a face) medianos. As orelhas, largas na base, são grandes e bem afastadas, moderadamente terminadas em ponta. Encontra-se um pequeno tufo de pelos no alto delas. Mas essa característica, que leva a comparar o abissínio a um lince em miniatura, parece ser privilégio apenas de algumas famílias. Os olhos são ligeiramente amendoados. As pupilas podem ser de com âmbar, amarela ou verde. As pálpebras são contornadas de preto.
Um ticking característico: A pelagem é fina e cerrada. É curta, mas sem excesso, o que permite observar em cada pelo a famosa característica ticking (marcação salpicada). Trata-se de faixas pigmentadas alternadamente de claro e escuro em cada pelo

Variedades: De acordo com a cor, o ticking da pelagem do abissínio determina diversas variedades reconhecidas.
*Abissínio lebre- trata-se da variedade de origem - denominada usual pelo Conselho Governamental do Gato de Raça Britânico (GCCF) e ruddy (avermelhada) pela Associação Felina Norte-Americada (CFA) - que propicia um manto parecido com o da lebre.
*Abissínio sorrel- os primeiros exemplares desta variedade foram descritos em 1887. O termo inglês sorrel pode se traduzir por "alazão" (marrom-vermelhado).
*Abissínio azul- variedade mais recente, criada na Grã-Bretanha e ainda pouco difundida, trata-se de uma diluição genética da variedade lebre. Pelagem azul-acinzentada viva.
*Abissínio bege (castanho-claro)- trata-se da diluição genética da variedade sorrel.
*Outras- Abissínio prateado, vermelho e tartaruga.
Abissínio preto prateado
Abissínio castanho-claro



















Cuidados: escovação diária, para manter a pelagem macia e brilhante.

Aspectos genéticos: No plano genético, o ticking é determinado por um gene denominado "Ta". Essa característica é praticamente exclusiva do abissínio, pois é encontrada apenas numa raça derivada dele, o somali, e também no cingapura. A raça demora a atingir seu aspecto definitivo. Assim, os gatinhos nascem desprovidos de ticking, praticamente bicolores. O ticking aparece a partir da sexta semana e a cor definitiva se consolida apenas por volta de um ano ou mesmo um ano e meio.


Origem e história: A tese que defende o parentesco direto com os gatos do Egito antigo parece ter sido descartada. Alguns defendem que seus antepassados seriam originários das costas do oceano Índico, no Sudeste Asiático. Outros ainda pensam que é originário da Abissínia (atual Etiópia, no continente africano). O ancestral do abissínio seria um gato chamado Zula, levado para a Inglaterra em 1868, ao fim de uma campanha militar inglesa na Etiópia. Outros acham que o ticking, característica original de Zula, provinha do gato selvagem africano Felis libyca. Para outros, a pelagem característica do abissínio teria sido obtida  e selecionada na Grã-Bretanha, a partir de gatos tabby de pelo curto. Sabe-se com certeza que a raça foi estabelecida e aperfeiçoada na Inglaterra. A raça foi apresentada em 1871, em Londres. Seu reconhecimento oficial ocorreu em 1882. Sua carreira norte-americana iniciou-se em 1909; a raça foi reconhecida pela CFA em 1917. Depois de uma epidemia de leucose felina, entre 1960 e 1970, a raça quase desapareceu. No Brasil, começou a ser divulgada em 1999 e as pessoas a chamaram de "minipuma". A raça continua a evoluir, por um lado, em relação a pelagem, por outro, em relação à morfologia da cabeça. A raça está inscrita no novo LOOF.

Concursos: Olhos de cores misturadas, ausência de um contorno escuro nas pálpebras, aspecto muito massudo, fazem parte das características penalizadas no abissínio. Quanto a pelagem, um branco que se estende a partir da mandíbula, um colar fechado e um manto não aguti implicam desqualificação.

Fonte: Larousse do gato e do gatinho, 2ª ed., 2010.

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