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terça-feira, 20 de novembro de 2018

Síndrome do Gato Paraquedista

   A síndrome da queda de alturas (high-rise), ou também conhecida popularmente como síndrome do Gato Paraquedista, compreende a coleção de lesões sofridas por um gato que cai de uma altura considerável, geralmente maior ou igual a dois andares (cerca de 4m/andar). Esta síndrome é mais comum nos gatos jovens que moram em áreas urbanas. O termo "high-rise" se refere aos arranha-céus dos quais os animais têm caído. Cerca de 90% dos gatos afetado por esta síndrome sobrevivem. Num estudo retrospectivo, 3% dos gatos estavam mortos na chegada ao veterinário, 37% precisaram de tratamento emergencial, 30% precisaram de tratamento não emergencial e 30% não necessitaram de nenhum tratamento.

   Os gatos que sobrevivem após 24h da queda raramente morrem por causas relacionadas com essa síndrome. As lesões comuns que acometem os gatos com esta síndrome estão listadas na tabela abaixo, com suas frequências de ocorrência aproximada.

   Existe um aumento linear nas lesões sofridas pelo gato devido à queda de alturas até aproximadamente sete andares. Acima dessa altura, o número de lesões (especialmente as fraturas) se estabiliza ou reduz. Acredita-se que isso ocorra porque os gatos que caem de alturas superiores a sete andares atingiram a sua velocidade de queda terminal (devido à massa corporal e ao deslocamento, cerca de 90km/h), que representa o ponto máximo de estímulo do aparelho vestibular (responsável pelo gato assumir a postura correta para uma aterrissagem adequada). Antes de atingir a velocidade terminal (menos do que sete andares), acredita-se que a estimulação vestibular contínua resulte em rigidez dos membros e incapacidade de preparação máxima para uma aterrissagem horizontal. Isso gera uma área menor e desigual de distribuição da força de impacto que, juntamente com as extremidades rígidas, causa um maior número de lesões. Após atingir a velocidade máxima (mais do que sete andares), acredita-se que os gatos assumem uma postura mais horizontal e menos rígida. Estes gatos estão mais preparados para aterrissar e possuem a força de impacto igualmente distribuída pelo corpo, impedindo um aumento e, em alguns casos, causando uma redução do número de lesões.


   Para os clínicos que recebem esses animais a terapêutica primária consiste basicamente em três pontos:
1) Toracocentese (diagnóstica e terapêutica) - deve ser realizada em todos os gatos que apresentarem dispneia (dificuldade respiratória);
2) Oxigenioterapia;
3) Suporte hidroeletrolítico - administrar, se necessário, para combater o choque ou desidratação (o tempo desse suporte vai depender das necessidades de cada paciente);

   Já a terapêutica secundária:
1) Fraturas, feridas e outros reparos lesionais - devem ocorrer após a estabilização do paciente;
2) Suporte nutricional - pode ser necessário se ocorrer traumatismo da cavidade oral, uma vez que o gato esteja estabilizado, sendo necessária colocação de sonda esofágica. 

DICAS:
1) Procurar sempre enriquecer ao máximo o ambiente em que seu gato vive (com prateleiras e arranhadores), para que ele possa ter onde brincar, evitando assim as janelas e parapeitos;
2) Sempre usar telas em todas as janelas do apartamento, independente do andar que você more.

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