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quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Alimentação preventiva: quando a nutrição se torna um instrumento terapêutico

O papel da nutrição não se limita a garantir o crescimento do filhote ou a manutenção do gato adulto, depois idoso. Evitar as carências alimentares, uma nutrição muito rica e muito abundante, permite também prevenir certas doenças.

Manter uma nutrição balanceada trata-se, sobretudo, de preocupar-se em reforças os teores de celulose, aminoácidos indispensáveis, ácidos graxos essenciais, bem como da maior parte dos minerais (com exceção do fósforo, que precisa ser reduzido com o tempo), mas claro que a alimentação deve sempre ser adaptada a idade do seu gato.
Então quando de fato ela se torna um instrumento terapêutico?

O gato idoso

Ainda existe a tentação de se reduzir a ração ou densidade energética de gatos idosos (como ocorre com humanos), por sua atividade física, em geral, ser menor. Contudo, não há essa necessidade, pois diferente do homem e do cão, mesmo com a idade, o gato conserva tanto um metabolismo de base como a proporção entre a massa muscular e a massa corporal constante (a não ser que alguma patologia esteja envolvida, causando emagrecimento).
Apesar disso, o gato idoso não está protegido de disfunções moderadas do fígado ou do tubo digestivo. Por essa razão, as indústrias conceberam alimentos especiais contendo proteínas altamente digeríveis (poupando trabalho ao fígado e rim) e moderadamente enriquecidos em fibras para prevenir os riscos da prisão de ventre. Patologias dentárias, como tártaro e gengivite, também podem ser prevenidas com uma alimentação adequada.

Casos de recuperação

Exemplo de alimento para pacientes em recuperação
Após um choque, um trauma ou uma intervenção cirúrgica, que o animal é incapaz de se alimentar sozinho, geralmente são utilizados alimentos de convalescência (com índice calórico mais elevado). As formas de administrar a alimentação vão depender do estado geral do paciente, podendo ser necessário o uso de sonda (em casos mais graves), até a retomada de uma alimentação convencional.


Problemas digestivos

Regurgitação: acontece do gato tolerar mal certas rações, regurgitando as mesmas sem tê-las digerido, alguns minutos após a ingestão. Já existem também rações desenvolvidas para aliviar essa sensibilidade, apresentando bons resultados. Entretanto, alguns gatos só encontram uma digestão otimizada com uma alimentação em conserva (latas ou sachês).

Vômitos: se forem repetidos, podem ter caráter patológico agudo ou crônico. No caso de felinos, porém, admitem-se como "normais" os vômitos ou regurgitações cuja frequência não ultrapasse uma vez por semana, ou 3 a 4 vezes por mês (principalmente pelo hábito de se lamber). Os petiscos que ajudam a "dissolver" as bolas de pelo no organismo desses animais, podem ser útil nesses casos. Porém, deve-se estar atento a outras patologias mais graves que possam vir a causar esses vômitos.

Prisão de ventre: podem se dar por mudanças bruscas na dieta, excesso de glicídios ou de proteínas pouco digeríveis, insuficiência renal crônica, entre outros problemas. Pode ser evitada por um aumento da taxa de celulose e uma alimentação que favoreça o trânsito intestinal graças à presença de lastro (fibras, psílio, plantago, etc.).

Diarreias: nesses casos a alimentação pode ser a origem do problema ou desempenhar o papel corretor. Para se evitar maiores problemas, como uma desidratação, deve-se sempre consultar um médico veterinário para investigar melhor o caso e sugerir o melhor protocolo terapêutico.

Obesidade

Os mais propensos ao problema são os machos castrados, os idosos, os sedentários e os que são muito mimados pelo dono. Uma vez adquirida, a obesidade tende a se manter. O gato obeso não é necessariamente um animal que come mais do que outro. Como na dietética humana, há duas correntes: o regime hipocalórico, com fraca concentração energética, e o regime hiperproteínico. Nestes os alimentos têm taxas de proteínas médias entre 35% e 45% e taxas de fibras muito mais elevadas do que os alimentos normais (15%). As modificações  de regime se aplicam durante 2 a 3 meses em geral. Deve-se acompanhar o peso do gato de preferência nos retornos ao médico veterinário responsável pela dieta.

Procure manter o escore corporal ideal do seu gato e em caso de dúvida busque sempre o acompanhamento de um veterinário.


Insuficiência Renal

Uma alimentação adequada pode moderar sua evolução. É preciso ajustar estritamente o teor proteico às necessidades, sem excesso, para evitar o acúmulo de resíduos difíceis de eliminar, além de dar menos fósforo, sódio, magnésio e sulfatos. Água em abundância nesses casos é sempre um grande aliado.

Diabetes

O gato diabético é em geral obeso, idoso, macho e castrado. Os sinais são: ingestão de água em grande quantidade, urina em demasia, se alimenta demais e emagrece muito. Existem 2 tipos de diabetes melito e é uma patologia extremamente delicada. Até recentemente, acreditava-se que a dieta deveria ser rica em fibras porque retardaria a digestão e diminuiria a hiperglicemia após a refeição, o que ajudaria também a corrigir a obesidade. Hoje se comprovou através de estudos que uma dieta com alto teor de proteína e baixo nível de carboidrato é mais indicada nesse caso.

Doença hepática

A mais comum nos felinos é a lipidose hepática. É preciso recorrer a fontes proteicas muito digeríveis, incluir nutrientes essenciais como taurina, arginina, vitamina A e outras, assim como fornecer ácidos graxos essenciais e antioxidantes. Muitas vezes a alimentação precisa ser feita por meio de sonda gástrica ou nasogástrica até que o gato volte a se alimentar sozinho. Por isso, o fracionamento das refeições é aqui uma obrigação para poupar o trabalho do fígado.

Os cálculos urinários e a cistite idiopática

As "pedras" ou cálculos são um problema maior para os machos, pois podem obstruir com mais facilidade. No caso da cistite, a alimentação úmida terapêutica contribui para a melhor remissão. Existem cálculos de diversos tipos, como de fosfato-amoníaco-magnésio ou de estruvita, o qual o fator determinante para sua formação é o PH urinário produzido pela alimentação ingerida (o ideal é uma alimentação que acidifique esse PH). Cálculos de oxalato de cálcio (persas têm maior incidência), urato de amônio e fosfato de cálcio também existem, mas não são tão frequentes.

Alimentação em conserva pode vir em latas ou sachês, os sabores são variados e são uma boa opção para gatos que não bebem tanta água.

Uma variedade de marcas estão disponíveis hoje no mercado, também com linhas específicas de rações secas (gastro-intestinal, renal, obesity, diabetic, etc).


Alergias alimentares

Certos gatos desenvolvem alergias e mesmo intolerâncias alimentares importantes. A fim de poder identificar o alergênico e suprimi-lo da alimentação, é preciso recorrer a alimentos que quase nunca são utilizados para felinos. Sendo colocado em prática um regime chamado supressão.

Observações importantes!!!

  • A alimentação terapêutica pode ser prescrita por períodos curtos, ou para toda a vida no caso de doenças crônicas.
  • NUNCA mude de forma brusca a dieta do seu animal por conta própria, isso pode acarretar danos sérios a saúde dele.
  • Lembrando que essas dietas só podem ser prescritas e acompanhadas de forma adequada para cada caso, por um médico veterinário.
Espero que tenham gostado  das dicas e não deixem de seguir o insta @felinewsblog para se manter por dentro das novidades e das postagens mensais do blog! ;)

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