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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Vírus da Leucemia Felina (FeLV)

Transmissão:

   É um retrovírus que pode ser transmitido horizontalmente e verticalmente. A transmissão ocorre primariamente por meio da saliva, a qual contém uma alta concentração do vírus. Enquanto as mordeduras, lambeduras e práticas de higiene são as vias mais comuns de infecção (horizontal), os filhotes podem tornar-se infectados por via transplacentária (vertical) ou ao serem cuidados por uma mãe infectada (horizontal). Felizmente, o contato com o vírus não garante a infecção, e a infecção não garante a viremia persistente ou a doença.

Progressão do vírus:
 
   Uma vez introduzido no gato, o vírus progride por meio de vários tecidos. A capacidade do sistema imune em interromper esta progressão determina o resultado final e influencia os resultados dos vários testes antigênicos (possíveis desfechos da infecção: neutralização do vírus, viremia persistente, latência, carreador ou infecção atípica). O vírus produz várias doenças proliferativas (linfomas, leucemias), várias doenças degenerativas associadas com as propriedades imunossupressoras do vírus (anemias não regenerativas, abortos, etc.) e imunossupressão direta. Os sinais clínicos variam amplamente, dependendo do tipo de doença e dos órgãos envolvidos.


Diagnóstico primário:
  • Sinais clínicos - variam amplamente, mas frequentemente incluem dispneia, letargia, anorexia, febre, gengivite;estomatite e abscessos que não cicatrizam;
  • Exame físico;
  • Hemograma e perfil bioquímico;
  • Testes para o antígeno do FeLV (IFI ou ELISA) - variam na incidência de positividade, dependendo do estágio da infecção, a forma da doença e os órgãos envolvidos.

Diagnóstico secundário:
  • Aspirado da medula óssea - pois o vírus pode ser sequestrado na medula em alguns felinos que apresentam resultado negativo pra o antígeno nas amostras sanguíneas;
  • Análise do derrame pleural;
  • Citologia por aspiração.

Observações importantes!!!

1) Como o vírus é sensível à exposição ambiental, a desinfecção domiciliar é facilmente realizada. O vírus irá morrer dentro de poucas horas em uma superfície seca. Sem tratamento, o vírus é eliminado das instalações dentro de alguns dias;
2) Como o FeLV causa uma grande variedade de doenças, qualquer gato gravemente doente deve ser testado para o vírus, mesmo que tenha tido um resultado negativo no passado;
3) O teste de ELISA para o antígeno sérico deve fazer parte dos exames de sanidade felina. Um teste positivo significa presença do vírus. Contudo, isso não significa que a infecção será persistente ou que ele é a causa da doença atual do gato;
4) O tratamento bem-sucedido do linfoma induzido pelo FeLV e da anemia não regenerativa resulta na remissão, mas a cura é improvável. O FeLV permanece viável no paciente, de forma que as recidivas futuras são comuns e o contágio permanece.

Terapêutica primária:
Quimioterapia e transfusão de sangue (quando se julgar necessário).

Terapêutica secundária:
Agentes imunomoduladores e uso de prednisolona (sempre nas doses adequadas).

Pontos importantes sobre a VACINAÇÃO:

1) Em outros países encontra-se a vacina separada, já no Brasil a mesma vem junto com a vacina viral (chamada V5);
2) Um gato vacinado não positiva nos testes rápidos;
3) Não há benefício clínico para o gato positivo, porém não traz malefícios para o mesmo;
4) É interessante mesmo assim sempre testar o animal antes de vacinar.



Prognóstico:

   Os gatos infectados, mas que não demonstram sinais clínicos, podem permanecer assintomáticos durante vários meses ou até anos. Eles podem estar sadios, mas são contagiosos para outros gatos. Os gatos com qualquer doença relacionada com o vírus possuem um prognóstico reservado. Aqueles que desenvolvem doenças proliferativas possuem um tempo de sobrevida médio de seis meses, quando se utiliza quimioterapia agressiva, embora alguns animais sobrevivam por muito mais tempo.
    Em resumo, o mais importante é testar todos os gatos o mais cedo possível como forma de diagnóstico precoce, para que se possa dar uma atenção a mais aos animais positivos e vacinar os negativos, pois a prevenção continua sendo o melhor caminho!!!

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